Faixa de Gaza
 
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    São muitas as coisas que realmente me irritam. Além de políticos sacanas, também costumo me alterar bastante com pessoas má educadas. E, infelizmente, é impressionante o quanto este tipo de ser humano tem se proliferado de forma espetacularmente rápida na sociedade de maneira geral. É aquele que não respeita as vagas preferenciais; é aquele outro que fura sua fila no supermercado; ou ainda aquele que te ‘fecha’ no trânsito e se acha com a razão. São muitos e diversos os tipos de mal educados. Um dicionário todo não seria suficiente para classificá-los.

                Porém, existe um tipo em especial que me deixa furiosa. O mal educado do carro de som. Aquele que acredita que todos devam ouvir a mesma música que ele ou ainda que todos ao seu redor tenham problemas de audição. Também deve crer que todos “a-d-o-r-a-m” trio elétrico. Esse tipo, além de mal educado, também é folgado. E, provavelmente, tem algum problema de baixa auto-estima e necessidade em ser o centro das atenções.

                Ele não se contenta em apenas ir à baladas ou barzinhos se divertir no seu tempo livre. Para ele é preciso mais. É preciso que o próprio faça as baladas. É preciso chamar atenção. É preciso ‘causar’. É preciso barulho, muito barulho. E quanto mais incomodar, melhor será.   


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    Ele chega todo marrento, com seu carro rebaixado, uma luz neon embaixo (quase uma nave espacial), coloca a pior música possível (talvez um pagodão ou pra piorar Deja Vu, Calipso e Cia), aumenta o som no máximo, abre portas, vidros e porta-malas. Fica estacionado no pior lugar possível (de preferência em frente a uma casa ou, em casos extremos de má educação, estacionam perto de hospitais) e ali permanece. Chamam uns amigos igualmente mal educados e ficam bebendo, falando, dançando e perturbando.

                Os alarmes de casas e carros ao redor disparam, mas eles não se incomodam. As pessoas reclamam, mas eles não se incomodam. Transeuntes passam mal e chegam a estourar os tímpanos, mas eles não se incomodam. A polícia é acionada e a corja apenas se muda para alguns metros de distância. E, assim, passam a noite toda perturbando até mesmo aqueles que pretendiam curtir uma boa música em algum barzinho, ou aqueles que apenas queriam deitar e dormir. Mas eles não agem apenas a noite. Em qualquer horário do dia você pode cruzar com um deles no trânsito, ou encontrá-los em frente a escolas e hospitais.

                É difícil combater a falta de educação. Porém, em alguns casos, há medidas que podem ser tomadas. Neste, em especial, fica o apelo: você, vendedor de sons automotivos, pense nas criancinhas, idosos e Cia, pense nas pessoas que são atrapalhadas com este barulho, pense, pense e pense mais ainda antes de instalar algo do gênero no carro de alguém que mal sabe soletrar o próprio nome e que acha Joelma e afins grandes cantoras.  Faça um bem para a sociedade e pare de disseminar trios elétricos pelas vias públicas. E, você, portador de um carro de som, lembre-se, mesmo que seja difícil de encontrar, existe, sim, no seu painel algo para controlar o volume. Use-o também para abaixar o som. Ou, ao menos, tenha bom senso e não estacione em locais como bairros residenciais, hospitais e escolas.  O mundo e os meus ouvidos agradecem!


*crédito das imagens: [1] http://nosbastidoresdacidade.blogspot.com/2010/06/carro-de-som-e-comicio-sao-liberados-em.html
[2] http://monsuabaemacao.blogspot.com/2008/08/carro-de-som-do-pt-no-aparece-em.html