Faixa de Gaza
 
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    São muitas as coisas que realmente me irritam. Além de políticos sacanas, também costumo me alterar bastante com pessoas má educadas. E, infelizmente, é impressionante o quanto este tipo de ser humano tem se proliferado de forma espetacularmente rápida na sociedade de maneira geral. É aquele que não respeita as vagas preferenciais; é aquele outro que fura sua fila no supermercado; ou ainda aquele que te ‘fecha’ no trânsito e se acha com a razão. São muitos e diversos os tipos de mal educados. Um dicionário todo não seria suficiente para classificá-los.

                Porém, existe um tipo em especial que me deixa furiosa. O mal educado do carro de som. Aquele que acredita que todos devam ouvir a mesma música que ele ou ainda que todos ao seu redor tenham problemas de audição. Também deve crer que todos “a-d-o-r-a-m” trio elétrico. Esse tipo, além de mal educado, também é folgado. E, provavelmente, tem algum problema de baixa auto-estima e necessidade em ser o centro das atenções.

                Ele não se contenta em apenas ir à baladas ou barzinhos se divertir no seu tempo livre. Para ele é preciso mais. É preciso que o próprio faça as baladas. É preciso chamar atenção. É preciso ‘causar’. É preciso barulho, muito barulho. E quanto mais incomodar, melhor será.   


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    Ele chega todo marrento, com seu carro rebaixado, uma luz neon embaixo (quase uma nave espacial), coloca a pior música possível (talvez um pagodão ou pra piorar Deja Vu, Calipso e Cia), aumenta o som no máximo, abre portas, vidros e porta-malas. Fica estacionado no pior lugar possível (de preferência em frente a uma casa ou, em casos extremos de má educação, estacionam perto de hospitais) e ali permanece. Chamam uns amigos igualmente mal educados e ficam bebendo, falando, dançando e perturbando.

                Os alarmes de casas e carros ao redor disparam, mas eles não se incomodam. As pessoas reclamam, mas eles não se incomodam. Transeuntes passam mal e chegam a estourar os tímpanos, mas eles não se incomodam. A polícia é acionada e a corja apenas se muda para alguns metros de distância. E, assim, passam a noite toda perturbando até mesmo aqueles que pretendiam curtir uma boa música em algum barzinho, ou aqueles que apenas queriam deitar e dormir. Mas eles não agem apenas a noite. Em qualquer horário do dia você pode cruzar com um deles no trânsito, ou encontrá-los em frente a escolas e hospitais.

                É difícil combater a falta de educação. Porém, em alguns casos, há medidas que podem ser tomadas. Neste, em especial, fica o apelo: você, vendedor de sons automotivos, pense nas criancinhas, idosos e Cia, pense nas pessoas que são atrapalhadas com este barulho, pense, pense e pense mais ainda antes de instalar algo do gênero no carro de alguém que mal sabe soletrar o próprio nome e que acha Joelma e afins grandes cantoras.  Faça um bem para a sociedade e pare de disseminar trios elétricos pelas vias públicas. E, você, portador de um carro de som, lembre-se, mesmo que seja difícil de encontrar, existe, sim, no seu painel algo para controlar o volume. Use-o também para abaixar o som. Ou, ao menos, tenha bom senso e não estacione em locais como bairros residenciais, hospitais e escolas.  O mundo e os meus ouvidos agradecem!


*crédito das imagens: [1] http://nosbastidoresdacidade.blogspot.com/2010/06/carro-de-som-e-comicio-sao-liberados-em.html
[2] http://monsuabaemacao.blogspot.com/2008/08/carro-de-som-do-pt-no-aparece-em.html

 
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            Existem muitos tipos de políticos que me deixam irada. Mas, nenhum deles, faz meu sangue entrar em ebulição maior do que o ‘aproveitador’. Aquele que lucra a partir de um evento ou de uma calamidade pública, envolve o eleitor com suas promessas de melhoras e toma proveito deste momento difícil para se eleger.

            Ele não é bom o bastante para conseguir votos em ‘condições normais de temperatura e pressão’, então fica ‘na moita’, a espera de alguma catástrofe ou algum descontentamento geral. E, como um herói sem nenhuma pretensão, ele surge em prol dos fracos e oprimidos. Mas, é claro, que ele não se importa minimamente com os apelos ou sentimentos da população. Então, assim que vira o ‘da ocasião’, se esquece das promessas, das defesas, do povo que o colocou onde ele jamais deveria estar.

            E o povo? O vê como salvador da pátria. O único que ficou ao seu lado no momento difícil ou que apoiou a sua revolta – mesmo quando esta não fazia sentido-. Assim, ludibriados por promessas promíscuas, eles votam. Votam e fazem boca de urna. Votam e cantam jingles imbecis. Votam e se afundam. Votam e não percebem o que está por trás de tamanha bondade.

            Minha avó já dizia “quando a esmola é demais, o santo duvida”. O problema do brasileiro é que ele nunca desconfia dos metidos a heróis – talvez pela imensa necessidade que temos deles, ou pela incrível ausência dos mesmos na nossa história-. E se a esmola é grande, o brasileiro sorri e confia.

            E o bonitão? Se elege, ganha seus votinhos e seu lugar ao sol. Cumprimenta com tapinhas nas costas àqueles aos quais ele se opunha e vociferava, toma as mesmas medidas dos que ele criticava e trata o povo com a mesma falta de vergonha a qual outrora ele se opunha.

            Eu li, em algum texto, algum jornalista (precisão nunca foi meu forte) que dizia que o bom entrevistador era aquele que olhava para seu entrevistado e perguntava “Por que esse filho da puta está mentindo pra mim?”. Acredito que essa mesma pergunta pode ser usada para políticos, dos bons aos maus, dos cretinos aos aproveitadores. Duvide de todas as boas intenções (e das más nem se fale), questione o que leva determinada pessoa a tomar tal iniciativa (ainda mais se essa pessoa for político) e lembre-se: vereadores, deputados, prefeitos e Cia sempre têm o rabo preso, descubra o que ou quem os prende.

             Heróis não nascem da noite pro dia e nem levam vantagem com seus bons atos.  Se até Jesus foi questionado, porque crer em alguém que poderá lucrar através de boas atitudes? Desconfie. Desconfie. E, quando cansar de desconfiar, desconfie mais ainda.

            Os aproveitadores estão em todas as esquinas, somente a espera de uma pequena situação para crescerem. Mas, todos têm um passado. Qual será o deles?

**Texto em "homenagem" a um ilustre mogimiriano

 
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Eu não me entendo
só sei que as vezes não paro
frequentemente me irrito
e costumeiramente sou quem mais falo.
Um zumbido me arrasta pro ralo,
tudo que eu começo, eu paro.
Se é devagar, sai do meu lado,
porque tudo que é muito parado
me deixa inteiramente entendiado.

Viver comigo é complicado,
esqueço tudo que digo
e não penso em nada que falo.
A forma que ajo é sem tato
e não sei o que é ser 'focado'.
Mas, apesar de tudo parecer tão errado,
as vezes me dizem que sou engraçado.

Embora seja dificil me manter concentrado,
gosto de começar trezentas mil coisas no mesmo ato.
Sou tão irônico quanto sou estabanado.
Esqueço nomes, lugares, pessoas,
confundo datas, invento cores.
Meu mundo não é nada quadrado
e ser impulsivo é o meu fardo.

Uns dizem que sou louco,
outros desorientado.
Psicólogos fazem a festa
estudando meu jeito atrapalhado.
Algumas pessoas me julgam de mau educado,
mas a ansiedade não me permite
permanecer parado.

Se deitar: enlouqueço.
Se respirar: esqueço.
Se pisar no freio: desapareço.

...parece que vivo no avesso,
mas depois de tanto tropeço,
sei quem eu sou e o que eu desejo:
movimento!
 
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Sabe quando você cansa?
Cansa daquela roupa – que era a sua favorita-; cansa do sapato – que era o mais confortável-; cansa da imagem no espelho – que parecia razoável-; cansa das mesmas conversas – que eram animadas-;

Sabe quando você cansa?
Cansa de escrever sobre as mesmas coisas – que antes eram tão originais-; cansa de usar as mesmas palavras – que antes cabiam tão bem-; cansa das mesmas ideias – que você nem sabe porque as mantém-...

Sabe quando você cansa?
Cansa de ouvir as mesmas reclamações – que antes tinham algum conteúdo-; cansa de escutar as mesmas recomendações – que antes faziam algum sentido-; cansa de manter alguns contatos- que antes te traziam tanta excitação-;

Sabe quando você cansa?
Cansa de usar as tecnologias- que antes eram tão cheias de novidades-; cansa de ver sempre as mesmas pessoas – que antes eram tão esperadas-; cansa de andar pelos mesmos lugares – que antes lhe traziam boas recordações-;

Sabe quando você cansa?
Cansa de segurar as mesmas mãos – que antes lhe trazia conforto-; cansa de receber os mesmos abraços – que antes eram tão calorosos-; cansa de viver a mesma vida- que antes lhe cabia-;
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Sabe quando você cansa?
Não me caibo mais em mim de tamanha canseira. Acho que me expandi de tão forma que já não sirvo em mim e não me reconheço em nada que me cerca. Cansei da ideia de me ser. Queria ser outra. Outras. Inventadas como as páginas coloridas que escrevo. Que depois viram negras, e cinzas, e azuis e roxas.  Outra. Uma outra ideia, uma outra imagem, um outro caminho, uma outra vida.
Cansei de reinventar-me e voltar ao mesmo ponto de partida. Cansei de escrever mais do mesmo. Cansei do padrão, do limite entre a loucura e a normalidade. Quero ser louca e normal. Quero ser ‘descansada         ‘ de minha própria natureza. Quero ser! Tenho ânsia de ser. Ser-me. Ser tantas. Ser nada. Ser tudo.
Cansei, vou-me embora pra Pasárgada andar de braços dados com um poeta doido e triplo. Vou-me embora ,cansada de mim.


 
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                 Eu estou de dieta. E aí você me diz, grande coisa? Bom não seria grande coisa se este fato não alterasse toda a minha vida. Não, esse não é um texto jornalístico, cheio de opiniões, fontes e blá blá. É um textão pessoal mesmo, um desabafo...

                Dietar (verbo recém criado por mim para explicar o que ando fazendo) é muito complicado. Além de exigir uma força de vontade sua extrema, ainda exige uma puta paciência de quem convive com você. Mau humor, irritabilidade, raiva, ódio, vontade de socar quem sequer ousar respirar ao seu lado. E, ao mesmo tempo, carência, tristeza, necessidade de pessoas. Uma loucura que só a falta de comida pode te proporcionar.

                Não estou virando anoréxica. Mas, mudar os hábitos alimentares, reduzir a quantidade de comida e deixar seu prato parecendo uma escola de samba provoca mudanças radicais no seu cérebro, estômago, soco inglês... Achar alface gostosa e contar os minutos até a próxima refeição é algo que somente o nosso mundo atual proporciona.

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                  Se eu tivesse nascido em outra época, provavelmente teria que passar por um ‘regime de engorda’. O bacana, o saudável, o bonito era ser gordinha. E lá iam as mulheres se “empanturrarem” de comidas gordurosas, somente para alcançar o ideal. Depois, a coisa foi mudando. As mulheres tinham que ter curvas, a famosa ‘mulher violão’. Pra isso? Espartilhos e tudo o que poderia te deixar sinuosa. Então vieram as modeletes, altas e magéééérrimas. Alface e azeitona viram refeições completas; carnes e doces são vilões tenebrosos. E as mulheres? Distúrbios alimentares, insatisfação constante, plásticas e mais plásticas... Agora, parece estar mudando o conceito. Mulheres ‘panicats’, bombadonas e fortes são bem vistas. Lá vamos nós: correr e lotar as academias, malhar desnorteadamente, puxar ferro igual homem.

                E por falar em homens, enquanto isso eles são aceitos por nós de qualquer jeito. Se ele é baixinho, mas é bacana, a mulher dá valor. Se ele é gordinho, mas é engraçado, a mulher dá valor. Se ele não tem o abdômen sarado, o braço bombado, o rosto quadrado, mas sabe te tratar como uma princesa, é carinhoso, atencioso, você dá valor.                 
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          Porém, para a mulher ter valor é preciso estar dentro do padrão atual de beleza. Ser magra, mas ter bumbum, peito, curvas. Um cabelo de comercial de xampu. Mas, não só isso. Tem que ser inteligente, ter uma profissão, ser independente. E, ao mesmo tempo, carinhosa, meiga, delicada, saber cuidar da casa, dos filhos, do marido, da família. Tem que ser uma super mulher. Carregar o mundo nos ombros, com um salto agulha, de batom vermelho e cabelo arrumado, enquanto sorri e demonstra entender tudo sobre pesos e carregamentos de mundo.                
              Diante desta cobrança que mulher não será infeliz? Não se sentirá mal ao comprar uma calça jeans que a cada ano é menor? Não se sentirá insatisfeita com o corpo e a mente? Não ficará desesperada, tendo todas estas obrigações e uma quantidade reduzida de comida no prato? Não se sentirá na NECESSIDADE de comer um brigadeiro escondida enquanto suspira suas neuras, e depois se sente culpada mortalmente?              

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             Eu estou dieta. Pra voltar no meu peso normal pré operação (ah, ta, há alguns anos operei o joelho esquerdo e só fiz ganhar peso). Mas, poderia estar de dieta pra caber no jeans 38 deste ano. Poderia estar de dieta para conseguir uma posição melhor no serviço. Poderia estar de dieta para conseguir mais carinho e admiração do namorado. Poderia estar de dieta para resolver todos os meus problemas. Poderia estar de dieta para ser aceita, não como mulher, apenas, mas como objeto que atende a todos os pré-requisitos esperados. Poderia, mas, ainda não estou. Embora algumas destas hipóteses às vezes nos passem pela cabeça.
Igualdade entre os sexos? Não vejo mesmo. Para a mulher todas as exigências são maiores e a beleza ainda é um quesito fundamental em praticamente todos os setores da vida.

                Resultado deste nosso mundo de dieta. Dieta de sentimentos, dieta de respeito, dieta de humanidade. Um mundo de dieta é mal humorado, agressivo, raivoso e, ao mesmo tempo, carente e tristonho. Um mundo de dieta, embora consuma o estipulado, nunca está totalmente satisfeito, nem nutrido. 


 
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Fotografias. Preços de hotéis,pousadas e resorts. Dicas de viagem.Pontos turísticos. Propagandas.
Seria esse o jornalismo de turismo esperado? Ou apenas um jornalismo de viagem, que se assemelha mais a um catálogo de qualquer agência?
Analisando algumas publicações conhecidas no tema (como a Viagem, Viagem e Turismo, Próxima Viagem, Viaje Mais, entre outras) acabamos percebendo que a publicidade fala mais alto do que informação - não apenas para possíveis turistas,mas também para pensadores do turismo-.
Quantas revistas ou cadernos de turismo você conhece que informe o turismólogo (profissional bacharel em turismo) sobre o pensar e fazer turismo em determinada região? Quantas colunas de analistas desta área você conhece dando sua opinião e falando sobre gestão em turismo ou hotelaria?
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É sabido que o 'trade' turistico agrega uma quantidade muito grande de profissionais. Desde o frentista do posto de gasolina que serve como fonte de informação ao turista, até o gestor que pensa o turismo para determinada região. E, porque não informar essas pessoas também? Porque todas as publicações sobre o tema devem girar em torno de guias, atlas, dicas e, claro, muita publicidade?
Quem quer um guia de ruas, compra um guia de ruas. Quem quer um guia sobre Paris, compra um guia sobre Paris. Quem quer se informar sobre turismo, faz o quê?

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É claro que indicar pontos turistícos, melhores hotéis, novidades e etc é interessante para quem pretende viajar. Mas, será que esse é o único 'viés' jornalístico que a área permite?
Muito mais do que meros 'diários de viagem', as publicações sobre turismo podem e devem ser mais profundas, críticas e, obviamente, com mais conteúdo. Para todos os profissionais que vivem desta área em constante crescimento, para os investidores, para os estudantes e, também, para os meros curiosos que gostam de ler uma boa crítica, uma boa coluna... Ai que vontade de ver esse turismo brasileiro 'profissionalizado' como merece!!
Seria apenas um sonho delirante de uma ex-turismóloga e quase jornalista? Espero que, com o perdão do trocadilho, não seja apenas mais uma viagem....

 
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 Pra quem não sabe eu resido em Mogi Mirim.  E há certa polêmica rondando a cidade: a troca de hidrômetros. A nova gestão do Sistema Autônomo de Água (SAAE) resolveu fazer uma troca massiva dos hidros de Mogi, padronizando todos. E, é claro, que isso gerou polêmica. Residências muito antigas, com hidros ainda mais antigos, com vazamentos por encanamentos muitíssimo mais antigos, tiveram um aumento de consumo. E aí se instalou a polêmica.

Mas, o caso não é esse. Isto apenas me fez refletir sobre como nós - de maneira geral, assim mesmo – não temos a menor idéia de como gastamos água.  A partir da polêmica você começa a perceber que 99.9% dos consumidores não têm idéia de quanto se gasta e de como é fácil usar água.

Segundo uma média mundial, cada pessoa usa diariamente cerca de 200 litros por dia para suas necessidades básicas, como tomar banho, escovar os dentes, usar o banheiro. No final do mês, uma única pessoa teria consumido aproximadamente 6 mil litros de água. O mínimo de água em Mogi é 10 mil litros, no valor de R$15.27. Famílias de sete pessoas ou mais, com hidros antigos, costumavam gastar o mínimo. Fazendo-se as contas, conclui-se o óbvio: isso é impossível!

Porém, a polêmica surge quando desconhecemos estes dados. Quantas pessoas têm noção de quanto se consome em um banho? De que não é necessário ter uma piscina em casa, lavar o quintal todos os dias ou outros desperdícios do gênero para se alcançar a faixa dos 200 litros por dia? Praticamente ninguém.

Eu mesma não tinha nem idéia do quanto significava mil litros de água. Ou o quanto os meus dois banhos diários significariam no final do mês. E, porque, tamanha desinformação?

Diante da crise mundial que estamos passando, da escassez de água em muitos países, das lutas infinitas pela bandeira da sustentabilidade, ninguém se preocupa em informar a população sobre o consumo de água. Enquanto isso, continuamos deixando o ‘líquido precioso’ escorrer por nossas torneiras e canos furados e nem nos importamos!  Mas, quando passa a mexer no bolso, como bons brasileiros, começamos a reclamar. Sem, ao menos, colocarmos a mão na consciência para refletirmos se, realmente, não estamos ‘jogando água pela janela’.

Orientamos nossas crianças sobre as leis de trânsito, sobre como reciclar garrafas pet, sobre os desmatamentos na Amazônia, sobre como o excesso de veículos contribui com o buraco na camada de ozônio. Mas, na hora de instruirmos sobre uma coisa simples- como a economia de água- acabamos falhando. Não se conscientiza a população sobre gastos diários, sobre como uma máquina de lavar ligada pode fazer diferença no consumo, sobre como vazamentos são desperdícios de água. Sabemos, sim, que ela está acabando, que é fundamental para o homem, que sem ela não há vida na Terra, que ela representa 70% de nós. Porém, será que sentimos isso nos nossos gastos diários? Será que alteramos nossos hábitos por amor ao planeta, somente, ou é preciso sentir no bolso pra começarmos a nos preocupar - não por cuidado ao líquido precioso, mas sim por amor ao níquel valioso-?
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E, diante de tudo isso, ainda me questiono mais: como pode a imprensa apenas fazer sensacionalismo com a polêmica e não aproveitar o fato para INFORMAR à população, como deveriam fazer TODOS os meios de comunicação? Ouvir todas as partes envolvidas, tentar entender o que está acontecendo e aproveitar o ‘gancho’ para falar de algo maior que atinge todas as pessoas, independente das cidades ou países em que vivem?

Porém, como sempre, o ‘níquel valioso’ fala mais alto... E, claro, polêmicas vendem mais. Afinal, para quê economizar água? Salvar o planeta? Coisa de desenho animado. Daquele antigo, o tal “Capitão Planeta”. Pelo menos, naquela época, nossas crianças eram mais bem informadas, os desenhos passavam alguns valores, diferente de relógios que te transformam em alienígenas ou adolescentes que são super espiões.

Talvez eu esteja nostálgica, talvez revoltada, ou talvez apenas –às vezes- perca a fé nesta profissão pra qual estudo. Jornalistas? Formadores de opinião? Apenas creio que muitos trabalham em prol da disseminação da desinformação e do sensacionalismo barato. Isto é triste. Bem triste.

 
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Existem alguns livros que você lê e te marcam. Existem outros que não conseguem sair de você. Seja pela forma como foi escrito, pela história que narra ou pela profundidade dos acontecimentos. Hiroshima, um clássico do jornalismo literário, de John Hersey, se enraiza nas entranhas do leitor por todas as formas acima citadas. Pela primeira vez, após o lançamento da bomba atômica sobre a cidade japonesa, a enorme violência provocada contra a humanidade ganha voz, pelas palavras do jornalista.
Hiroshima retrata a versão de seis sobreviventes do horror provocado pela bomba atômica. O dia do lançamento, em 6 de agosto de 1945, os meses subsequentes e o desenrolar de suas vidas 40 anos após o bombardeio.
Muito mais do que um relato de uma catástrofe, Hiroshima é um retrato da crueldade - e, também, da capacidade de superação humana-. Através desta obra prima do jornalismo literário, dados estatísticos sobre o fatídico dia 6 de agosto se tornam reais e palpáveis. A dura realidade e a crueldade da bomba A (como foi apelidada pelos japoneses que a vivenciaram) são demonstradas através dos depoimentos tristes e impressionantes destes seis sobreviventes.
O livro possibilita ao mundo tomar consciência do imenso poder de destruição das armas nucleares. Além de nos fazer refletir sobre determinados valores como patriotismo, superação, altruísmo e esperança.
Embora a primeira reportagem (que mais tarde viria a se tornar o livro) date de 1946, Hiroshima ainda traz a tona questões bastante atuais. Até que ponto 'vale tudo pela guerra'? Utilizar seres humanos como ratos de laboratório para testar novas armas de destruição -sob o pretexto de estar em guerra- e matar da forma mais cruel possível milhares de pessoas inocentes é aceitável? Será que Hiroshima e Nagasaki (assim como outras atrocidades históricas) estão sendo esquecidas ou simplesmente vistas com imensa insensibilidade pela humanidade? Seria preciso mais catastrofes como estas para que o apelo da paz ganhe ouvidos?
Questões sem respostas, mas extremamente atuais. Em um mundo insensível e desumano, obras como esta transcendem as barreiras do tempo, nação, crenças. Tornando-nos apenas seres humanos -capazes de atos horripilantes e de superações impensáveis-.

Dados Técnicos:
Hiroshima, de John Hersey. Coleção Jornalismo Literário. Editora Companhia das Letras. 172 páginas. Preço médio:R$25,00

Para saber mais:
John Hersey (Facebook)
Hiroshima, de John Hersey, 'A melhor reportagem da história'
Repórteres e Reportagens

 
É impressionante como eu não consigo manter alguma frequência em blog nenhum. Talvez seja a preguiça gigantesca de postar o que escrevo -e penso-, ou apenas a falta de tempo de tamanha correria. Trabalhar, estudar, tentar ter vida social e manter um blog ativo costuma ser bastante complexo. Mas, quando me revolto demais com as coisas, acabo me sentindo impelida a tecer comentários e desabafar. Para isso nada melhor que um blog (in)ativo,como este,rs.

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A pauta de hoje é ACESSSIBILIDADE.
Uma palavra bonita, mas pouco usada. E, pior, pouco conhecida.Então, para isso, vamos defini-lá:


Acessibilidade: Possibilidade de alcance, percepção e entendimento para
 a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço,
mobiliário, equipamento urbano e elementos.
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Falar sobre os direitos de pessoas com deficiência ainda parece ser um 'tabu' na nossa sociedade. Luta-se pelos direitos de minorias oprimidas constantemente, maior igualdade entre as raças, entre os sexos, entre as escolhas sexuais de cada um. Mas e os direitos das pessoas com deficiência?
Constantemente ferimos a Constituição Federal ao 'deixar de fora' as condições básicas para que uma pessoa com deficiência possa se deslocar, se comunicar, se aperfeiçoar nos estudos e no trabalho. De acordo com os Direitos Humanos, ou seja aqueles reconhecidos internacionalmente, todos os seres humanos têm o direito de ir e vir. Mas, como um cadeirante, um cego ou uma pessoa com outra deficiência de locomoção poder ir e vir pelas nossas cidades? Como passar por tamanhos obstáculos?
As vezes pequenas atitudes já contribuíriam para melhorar isso. Ao construir ou reformar um prédio de utilidade pública, um comércio, ou qualquer estabelecimento com passagem de um elevado número de pessoas, por que não incluir a acessibilidade nos seus projetos? Aumentar o tamanho das portas para que cadeirantes possam passar, substituir escadarias por rampas, por exemplo, são algumas medidas simples e que não aumentam o preço da obra, mas que fazem muita diferença.  São atitudes que deixam de ferir os direitos civis básicos de uma grande parcela da população.
Mas, não é só isso.
De acordo com a nossa Constituição Federal, a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) é a segunda Língua deste nosso país. Ainda são direitos garantidos por ela: atendimento e tratamento adequado as pessoas portadores de deficiência auditiva por serviços públicos e empresas concessionárias de assistência à saúde;  acesso a educação -através da capacitação de professores e educadores em LIBRAS-; além disso
as empresas concessionárias de serviços públicos e os órgãos da administração pública federal, direta e indireta devem garantir às pessoas surdas o tratamento diferenciado, por meio do uso e difusão de Libras e da tradução e interpretação de Libras - Língua Portuguesa, realizados por servidores e empregados capacitados para essa função, bem como o acesso às tecnologias de informação. Agora, me digam, onde isto realmente acontece?
Atualmente eu trabalho em um órgão da prefeitura da minha cidade. E, embora seja um órgão de serviço público, um cadeirante não consegue sequer ir ao banheiro ou beber água. Um surdo não consegue falar com os atendentes e reivindicar seus direitos básicos como os outros cidadãos que escutam. Isso é igualdade? Isso é -ao menos- respeito à Constituição?

  O tratamento diferenciado também é assegurado pelo Decreto 5296 de 2004. De acordo com ele:

1o O tratamento diferenciado inclui, dentre outros:

I - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e instalações acessíveis;

II - mobiliário de recepção e atendimento obrigatoriamente adaptado à altura e à condição física de pessoas em cadeira de rodas, conforme estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT;

III - serviços de atendimento para pessoas com deficiência auditiva, prestado por intérpretes ou pessoas capacitadas em Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS e no trato com aquelas que não se comuniquem em LIBRAS, e para pessoas surdocegas, prestado por guias-intérpretes ou pessoas capacitadas neste tipo de atendimento;

IV - pessoal capacitado para prestar atendimento às pessoas com deficiência visual, mental e múltipla, bem como às pessoas idosas;

V - disponibilidade de área especial para embarque e desembarque de pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida;

VI - sinalização ambiental para orientação das pessoas referidas no art. 5o;

VII - divulgação, em lugar visível, do direito de atendimento prioritário das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida;

VIII - admissão de entrada e permanência de cão-guia ou cão-guia de acompanhamento junto de pessoa portadora de deficiência ou de treinador nos locais dispostos no caput do art. 5o, bem como nas demais edificações de uso público e naquelas de uso coletivo, mediante apresentação da carteira de vacina atualizada do animal;
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  Resumindo:

Seja por respeito as leis, seja pelo respeito ao próximo, vista a camisa da acessibilidade e inclua esta luta no hall das demais. Tenha você a profissão que seja, a religião que seja, lembre-se que, acima de tudo, somos todos humanos, independente de sermos brancos, negros, azuis, amarelos, vermelhos. Independente de sermos brasileiros, japoneses, americanos,europeus. Independente de ouvirmos, de enxergamos e de andarmos. Somos todos seres humanos e  também temos as nossas diferenças e 'deficiências' que merecem ser respeitadas.



 
Tá. Todo mundo já sabia... Até o Mick Jagger sabia, menos o Dunga, é claro.
Felipe Melo? Ia pirar o cabeção e sair no momento crucial.
Kaká? Machucado, sem reserva. Ou vira santo ou é crucificado.
Júlio César? Impossível não cometer nunca um erro. O problema é que quando o goleiro erra (quase) sempre é imperdoável.
Michel Bastos, Gilberto, Daniel Alves...? Hahahahahaha.
Dunga? Cabeça dura, brigão. Levou quem queria, deu no que deu.
Sem elenco fica difícil.
Agora a questão: uma seleção teoricamente não seria 'uma seleção dos melhores jogadores brasileiros'? É, teoricamente.
Antes a culpa era da imprensa, da Globo, do mundo...E agora, Dunga? A festa acabou...
Mas, o pior ainda está por vir...Aguentar "Los Hermanos" (sem ser a banda) vai ser muito complicado. O jeito é ser alemã desde criancinha.